Assistência Social do município não cumpre papel de cuidar de quem necessita de amparo do poder público e abandona mais vulneráveis à própria sorte
A dona de casa Rosiane Mariano, grávida de seis meses, vive um drama financeiro ao lado do marido e de seis filhos pequenos. Ele, que vive de bicos, mal dá conta de pagar o aluguel da casa, praticamente sem móveis, e de colocar um pouco de comida na mesa. Com o aumento de 23,26 % na tarifa de água e esgoto de Senador Canedo, imposto pelo prefeito Fernando Pellozo e cobrada desde abril deste ano, a família não teve como pagar as contas. Agora, está sem o fornecimento do serviço essencial em casa. “Para negociar tem de pagar tudo. Não temos como fazer isso”, lamenta a mulher.
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Os cerca de R$ 600 necessários para quitar as contas de água em atraso é uma quantia considerada muito alta para a família. “A gente prioriza o pagamento do aluguel e a comida”, conta. Essa é a realidade de milhares de outras famílias de Senador Canedo, que lutam para sobreviver. São mais de 50 mil pessoas do município inscritas no CadÚnico, o que significa que estão vulneráveis economicamente, dependendo do poder público para suas necessidades mais básicas.
Enquanto isso, a Prefeitura de Senador Canedo realiza obras que não são prioritárias na cidade, como a revitalização da pista de caminhada no Centro, deixando a periferia sem melhorias e a Maternidade Aristina Cândida sem conclusão, algo que se arrasta há um ano. Inclusive a própria Rosiane, que deveria fazer o pré-natal, não teve dinheiro do ônibus para ir a Goiânia realizar o acompanhamento da gravidez.
Floripa
A primeira-dama da cidade, Simone Assis, Secretária de Assistência Social, que deveria se preocupar com as necessidades do povo de Senador Canedo, prefere passear em eventos fora do estado. Logo após o aniversário dela, no início de julho, por exemplo, Simone viajou para Florianópolis, Santa Catarina, com diárias por conta da prefeitura, conforme dados do Portal da Transparência do Município.
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Situação recorrente
O uso de recursos públicos pela administração Pellozo é cercado de dúvidas e questionamentos, inclusive com denúncias de possíveis irregularidades ao Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). Seguem no órgão, investigações sobre o uso de dinheiro público para a realização do Canedo Fest Show; sobre a necessidade de revitalização da pista de caminhada e sobre o aumento de 23,26% na tarifa de água e esgoto da cidade.