Alimentos ricos em gordura e açúcar reprogramam o cérebro de indivíduos para que eles, inconscientemente, queiram consumir mais comidas doces. A informação foi divulgada por pesquisadores da Alemanha e dos Estados Unidos, no site do Instituto Max Planck para Pesquisa do Metabolismo, nesta quarta-feira, 22.
Segundo os especialistas, o açúcar possui propriedades viciantes e acionam uma série de reações no corpo humano. Além de causar alergias, ingerir a substância em excesso pode afetar o sistema imunológico e deixar as pessoas mais propensas a adquirir infecções.
Pequenas quantidades de dopamina são liberadas no cérebro quando as pessoas fazem algo que gostam, como comer um doce, dançar e fazer sexo, por exemplo. O consumo de álcool e de drogas recreativas também liberam o hormônio.
Os cientistas da instituição avaliaram a atividade cerebral de um grupo de voluntários, em um experimento em parceria com pesquisadores da Universidade de Yale, nos EUA.
Um grupo de pessoas recebeu um pequeno flan com altos níveis de açúcar e gordura diariamente durante dois meses. A sobremesa deveria ser colocada na dieta regular dos participantes. O outro grupo recebeu um doce com exatamente a mesma quantidade de calorias, porém com menos gordura.
De acordo com os autores do estudo, esses estímulos fazem com que as pessoas desejem inconscientemente esses alimentos, os escolhendo mesmo quando há outras opções.
“Nossas medições da atividade cerebral mostraram que o órgão se reprograma através do consumo de gordura e açúcar. O cérebro aprende a preferir comida gratificante. Através dessas mudanças, inconscientemente sempre iremos preferir os alimentos que contêm muita gordura e açúcar”, explicou o principal autor do estudo, Marc Tittgemeyer.
Tittgemeyer acredita que a predileção por comidas açucaradas entre os voluntários vai continuar após o final do estudo.
“Novas conexões são feitas no cérebro e não se dissolvem tão rapidamente. Afinal, o objetivo do aprendizado é que, uma vez que você aprende algo, não se esqueça rapidamente”, afirma o pesquisador.